quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Preparando o 4º Encontro do "Dialogo Petista"

CONTRIBUIÇÃO DA COORDENAÇÃO


AO DEBATE NO “DIÁLOGO PETISTA”

Quatro meses depois do nosso terceiro Encontro, tocando as iniciativas ali decididas e ampliando o “Diálogo” em dezenas de reuniões locais – várias delas reportadas nesta nossa Coordenação – hoje, quatro meses passados o que vemos é uma aceleração na situação política dentro e fora do Brasil. Para ela devemos nos preparar.
EURO Á PERIGO
O foco da crise capitalista que vem de 2008, que este ano engendrou as rebeliões no Norte da África, há poucas semanas estava de novo na Grécia, quando se reuniu uma Cúpula Europeia que não salvou esse país nem a zona do euro do “contágio”. Apenas jogou prá frente a crise, esticando os prazos das impagáveis dívidas dos Estados com os grandes bancos, ao custo de uma renovada ofensiva de cortes de gastos sociais, privatizações e demissões, também na Espanha, Itália, Portugal e Irlanda, e mesmo Inglaterra e França. Se a resistência que mais aparecia então era a da juventude na Espanha, ninguém deve se enganar sobre as duras mobilizações e greves operárias que se anunciam.
Na verdade elas nunca terminaram, senão que sofrem das agendas e pautas dominantes nas principais organizações dos trabalhadores as quais, ao invés de dar vazão à disposição de luta dos trabalhadores, privilegiam fóruns de “diálogo social” que tentam o “consenso” sobre as medidas de ajuste. Mas ainda assim enfrentam resistência (que voltará ao centro da cena após o verão europeu). Por isso se generaliza a crise política nos diferentes governos, de direita ou “esquerda”, com políticas parecidas.
EUA ABALADOS
Eis que a crise se instala agigantada do outro lado do Atlântico! Apesar dos apelos de Obama ao “consenso” de Democratas e Republicanos, finalmente obtido para cortar US$ 2,5 trilhões de gastos em troca de uma ampliação do déficit do Estado de modo a garantir o pagamento dos bancos, medidas condenadas pela central sindical AFL-CIO, outras federações e setores populares. Não é que Obama é pressionado pela extrema-direita do Tea Party, é que se rendeu às exigências dos bancos!

E nem assim a calma voltou, ao contrário, se vê um governo abalado. Que vai prosseguir imprimindo dólar barato, despejando mercadorias e capitais especulativos onde puder. Mas hoje [a Coordenação reuniu sábado 6/8 - NdR] ninguém sabe o que acontecer quando reabrirem os bancos!

O BRASIL ENTRA NA TORMENTA: “MAIS TRAÇÃO!”

Por que será que na última 5ª feira que bateu o recorde de quedas desde 2008, dentre as grandes bolsas, foi a Bovespa quem mais caiu? A Resolução do Diretório Nacional do PT não explica, nem tenta, se faz de avestruz. Está claro, o Brasil não é nem poderia ser uma “ilha” como pensaram alguns. Não é porque os dois candidatos presidenciais resolveram não falar dela que a crise mundial acabou em 2010… agora, seu recrudescimento gerou mais surpresa.

O Brasil não é a “bola da vez”, mas a realidade é que é tudo frágil, muito frágil! As famosas reservas de US$ 350 bilhões, por exemplo, é papel. Em outros países, elas tem certo lastro em saldos comerciais, riquezas, petróleo (lembremos que a legislação do Pré-Sal está há mais de um ano parado no Congresso). Aqui, são títulos atraídos pela “bicicleta” do Banco Central que incentiva os especuladores a tomarem empréstimos a juros de quase 1% nos EUA, para aplicar nos monstruosos juros de quase 13% aqui, o que o governo reaplica lá mesmo na maior parte, a quase 1%, e o nosso Tesouro banca a diferença em nome da “atratividade” do Brasil.
Ainda assim, o FMI está em cima, ao contrário da balela que nos “emancipamos”. Na 4ª feira o FMI publicou relatório apoiando as medidas do governo, mas “ressaltou que a aplicação delas precisa ser ‘mais extensa para que ganhem tração’ (!)… reformas fiscais como a flexibilização do Orçamento (o governo correu propor ao Congresso prorrogar a DRU até 2105!), a reforma do regime do ICMS e a reforma da Previdência (v. abaixo)”.
Se esse Congresso não quer fazê-lo, é preciso ousar uma Constituinte Soberana para abrir caminho a um governo que atenda as profundas aspirações de soberania nacional e justiça social – isso sim pode por o povo na rua, a improvável “auto-reforma” do Congresso não.
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