“Espionagem norte-americana sobre a Petrobrás transformou o leilão de petróleo em jogo de carta marcada”
Escrito por: Leonardo Wexell Severo
“Hoje meus compatriotas
vim levantar minha voz
contra a grande safadeza
que querem fazer com nós
privatizar nosso óleo
levar o nosso petróleo
e entregar pros cowboys”
A plenária nacional dos movimentos sociais e sindicais, realizada nesta
sexta-feira (13), em São Paulo, definiu uma agenda de mobilizações para
“barrar a entrega do campo de Libra, no pré-sal, a preço de banana às
multinacionais”. Sejam elas estadunidenses ou chinesas.
Movimentos sindicais e sociais em defesa do Brasil:
Os dirigentes presentes no Instituto Salesiano Pio XIaplaudiram
a nota “Não ao leilão de Libra”, aprovada unitariamente pelas centrais
sindicais em reunião na última quarta-feira (11) na UGT. Conforme o
documento, “não bastasse o conjunto de irregularidades que está contido
nesse leilão – como, por exemplo, passar por cima dos fundamentos da lei
de partilha (nº 12.351) aprovada pelo Congresso Nacional -, a
espionagem da agência norte-americana NSA sobre a Petrobrás transformou o
leilão em jogo de carta marcada, favorável às multinacionais”. “Isso é
um verdadeiro atentado contra a soberania nacional, o desenvolvimento do
Brasil e o futuro de nosso país”, sublinha o manifesto.
Com estimativa de 15 bilhões de barris de óleo de qualidade comprovada,
o campo descoberto pela Petrobrás a partir de um investimento de R$ 200
milhões, está situado na Bacia de Santos, possui 1.458 quilômetros
quadrados, em águas com profundidade entre 1,7 mil e 2,4 mil metros sob o
nível do mar. Estudos apontam que a produção diária de Libra será de
pelo menos um milhão de barris, o equivalente à metade do que o país
extrai atualmente. Como este é um bem cada vez mais finito, a estimativa
é que o valor do campo supere os R$ 2,5 trilhões.
Para o coordenador da FUP, João Moraes, “ao permitir que as
multinacionais se apropriem do petróleo brasileiro, o governo coloca em
risco não só a soberania, como o desenvolvimento do Brasil. Essas
empresas, além de exportar tudo o que produzem, não geram empregos aqui,
nem movimentam a indústria nacional, como faz a Petrobrás”.
Pelo próprio levantamento da ANP, atuam atualmente no setor dez
empresas, oito estrangeiras e duas brasileiras – a Petrobrás, estatal, e
a OGX, privada. “A única que alavanca o desenvolvimento nacional é a
Petrobrás, que está construindo cinco novas refinarias, as demais só se
interessam por importar, por gerar mais lucros para as suas matrizes.
Esta é a realidade”, alerta Moraes.
Dados do Sindicato Nacional da Indústria e Reparação Naval e Offshore
(Sinaval) apontam que dos 62 navios encomendados à indústria de
petróleo, 59 foram pela Petrobrás e 3 pela estatal venezuelana PDVSA. A
iniciativa privada não encomendou um único navio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário