Libertação imediata dos militantes do MST!

O TRABALHO

Carta da Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional

DEMOCRACIA!

Libertação imediata dos militantes do MST!

    As recentes prisões de militantes do MST no interior dos Estados de São Paulo e Santa Catarina não são episódios isolados. É uma ofensiva das classes dominantes, dos ruralistas, contra a luta dos trabalhadores para impedir qualquer conquista. Uma operação para intimidar todo movimento de luta pela terra, com a TV Globo chegando com a polícia para registrar a prisão.

    Os mesmos que reagiram ferozmente contra medidas anunciadas pelo governo, como a instalação da Comissão Nacional da Verdade e exigência de audiência pública para julgamentos de reintegração de posse,  são os que sustentam essa ofensiva. Isso tem que acabar!

    Não se pode falar em democracia nesse país enquanto continuam impunes os crimes da ditadura. Jamais podemos falar em democracia enquanto os crimes de assassinatos no campo seguem impunes, os latifundiários armam suas milícias, terras públicas são apropriadas pelos capitalistas, como é o caso da Cutrale, enquanto os trabalhadores são presos porque lutam pela terra para nela trabalhar.

Não se pode falar em democracia nesse país enquanto existir essa brutal concentração de terra à custa da miséria de milhões de famílias brasileiras.

 Não pode haver democracia enquanto milhões de hectares seguem improdutivos nas mãos dos latifundiários com milhões de famílias passando fome, e o ministro do PMDB, representante dos ruralistas no governo, emperre a atualização do índice de produtividade da terra, promessa do presidente Lula ao MST em agosto do ano passado.

    Que democracia existe quando o próprio presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, dá a senha para a perseguição e prisão dos trabalhadores? “O termômetro jurídico sinaliza que há excessos e é preciso realmente repudiá-los”, ele declarou. Esse mesmo senhor esteve presente na cerimônia de lançamento do “Observatório das Inseguranças Jurídicas no Campo”, criado pela Confederação Nacional da Agricultura, para “mapear propriedades rurais ocupadas pelos sem terra e também as que estão na eminência de serem ocupadas” (OESP 8/02).

    Os latifundiários montam milícias e serviço de inteligência próprios e o ministro, presidente do STF, se comporta como chefe dos jagunços. Isto tem que parar!É urgente que o presidente Lula tome medidas para frear essa ofensiva.

 É urgente que o governo enfrente os interesses dos inimigos da democracia, da justiça e da luta para acabar com a fome de milhões de brasileiros. A começar por demitir o ministro da      

    Agricultura, Reinhold Stephanes, que se recusa a assinar a atualização do índice de produtividade da terra.

• Atualização imediata dos índices de produtividade da terra!

• Reforma Agrária: terra para quem nela trabalha!

• Liberdade para os presos do MST! Cadeia para os grileiros que se apropriam de terras públicas!

São Paulo, 10 de fevereiro de 2010

Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional