segunda-feira, 10 de outubro de 2011

RESPEITO AO DIREITO DE GREVE!

Há uma semana, os trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) entraram em greve diante da recusa do governo federal em atender às reivindicações da campanha salarial de 2011. Em 2009, esses trabalhadores, através de seus sindicatos, aceitaram um acordo de dois anos, abrindo mão da campanha salarial de 2010, ano em que os empregados dos Correios, como a maior parte das categorias, deram seu voto à Dilma, ao PT.
Recorreram à greve como um legítimo recurso. Aliás, como os professores, durante todo o primeiro semestre, com greves que ainda se mantêm no Ceará e Minas Gerais, pelo cumprimento do Piso salarial. Em Minas, o governo do PSDB se recusa a negociar com a categoria. Inaceitável, porém ninguém pode acusar o PSDB de romper os compromissos do seu partido, que não são compromissos com os trabalhadores.
O que faz o governo federal, encabeçado pelo PT? No caso da greve dos funcionários das universidades (Fasubra), o negociador do Ministério do Planejamento (PT) se recusa a negociar.
Com os do Correios, não é diferente. “Orientamos todos os sindicatos a aprovarem em suas assembléias Moção de Repúdio contra o Ministro das Comunicações, Sr. Paulo Bernardo, contra os dirigentes da ECT, principalmente a pessoa do sr. presidente, Wagner Pinheiro, e o vice-presidente, Larry Manoel Medeiros de Almeida, que estão ameaçando os trabalhadores(as) na tentativa de intimidá-los em pleno exercício de seu direito constitucional, a greve”, diz um comunicado da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, filiada à CUT.
A presidência da república é do PT. O Ministério da Comunicação e a presidência da ECT também. Qualquer um poderá perceber, como percebem os trabalhadores dos Correios, o desrespeito ao direito de greve. Além de inaceitável, é um choque com a base social que vota no PT.
Como os trabalhadores da ECT, os da Petrobras e dos bancos estatais estão em campanha salarial, ainda sem sinalização do atendimento das reivindicações. Terão que recorrer à greve? Terão o mesmo tratamento dado aos trabalhadores da Fasubra e dos Correios?
O governo e os dirigentes do PT alardeiam que o “Brasil está preparado” para enfrentar a nova onda da crise. Para os trabalhadores, isso deveria significar proteção de seus direitos, salários e empregos.
Pois, se olhamos o que ocorre, em particular na Europa e nos EUA, para os capitalistas enfrentar a crise é jogar seus efeitos sobre as costas dos trabalhadores e dos povos.
A crise não atinge, nesse momento, o Brasil da mesma forma que atinge esses países. Mas a política de corte de gastos está aí e o governo se recusa a atender as reivindicações de seus empregados, como já fizera com os servidores federais. Os banqueiros dizem que o aumento de salário provoca inflação.
Para um Partido dos Trabalhadores, estar preparado para enfrentar a crise não deveria significar uma política que fizesse com que os trabalhadores e a nação não paguem por ela?
Não significa respeitar o elementar direito democrático do trabalhador de recorrer à greve, ao contrário de, numa atitude anti-sindical, se recusar a negociar com grevistas? O governo Dilma deve respeitar esse direito, abrir negociação e atender as reivindicações. fonte:www.jornalotrabalho.com.br/

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