terça-feira, 24 de junho de 2014

MAB e movimentos sociais protestam em Curitiba contra aumento na conta de luz!

Foto: ABUSO CONTRA OS PARANAENSES

O governador Beto Richa reajustou a tarifa de energia elétrica no Paraná em 33,5%. O reajuste é resultado da decisão tomada pela gestão Beto Richa, em 2012, de rejeitar as propostas do governo federal para antecipação das concessões do setor elétrico. 

http://www.noticiasparana.com/en/jornal/politica/4324/Aneel-aprova-reajuste-em-tarifa-da-Copel.htm

#VergonhaParaná

Manifestantes devem permanecer durante todo o dia de hoje e amanhã e em vigília a noite, na capital do Paraná para chamar atenção do poder público e da população do estado

Nesta quarta-feira (24) e quinta-feira (25) acontece mobilização contra aumento de 32,45% na conta de luz das famílias paranaenses. O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), movimentos sociais e sindicais, e cooperativas manifestam também pelas medidas que a COPEL precisa adotar para reparar os danos de quem perdeu tudo com a abertura das comportas da Usina Salto Caxias durante a enchente da semana passada.

A alteração do valor é um pedido da COPEL (Companhia Paranaense de Energia), que atende 395 municípios e 4,1 milhões de consumidores. O aumento final deve ser anunciado nesta quarta-feira pela COPEL.Cada uma das 64 distribuidoras de energia elétricas espalhadas pelo Brasil possui um calendário anual para aumentar a sua conta de luz, chamada de “Reajuste Tarifário Anual”. Para a “COPEL Distribuidora” a data para fazer o reajuste é dia 24 de junho de cada ano.

Cerca de 30 dias antes da data, cada distribuidora encaminha um documento com o pedido do percentual de aumento que quer que seja aplicado. Este documento é entregue para a Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e publicado no site da agencia. Após esse pedido, a ANEEL avalia os dados fornecidos por essas empresas e decide quanto de aumento a empresa poderá aplicar nas contas de luz da população para os próximos 12 meses.

No ano passado a ANEEL havia autorizado aplicar um aumento de 14,42%, no entanto, em função das grandes manifestações de rua, o aumento foi aplicado parcialmente. Já para este ano a tendência é aplicar 100% do aumento que será autorizado.

O aumento é resultado de uma política de especulação da própria empresa

No final de 2012 o governo Dilma, anunciou uma redução nas tarifas que, em média, foi de 18% para as residências. A redução foi possível porque as hidrelétricas construídas a mais de 30 anos tiveram que reduzir o preço cobrado de R$ 100/MWh passaram a vender a R$ 33/MWh, quem aceitou reduzir o preço, teve seus contratos de concessão renovados por mais 30 anos. As empresas federais do sistema Eletrobrás foram as principais a aceitarem, foram cerca de 14.000 MW renovados.

No entanto as empresas estaduais governadas pelo PSDB (CESP, CEMIG e COPEL) não aceitaram reduzir suas tarifas e se aliaram com empresas privadas, que também são contra qualquer redução de tarifa, e passaram a fazer uma grande disputa contra o governo federal, chantageando o governo e a população com as chamadas “crises” no setor elétrico, com ameaças de apagões, etc. Os ataques passaram a ser contra qualquer medida de redução de tarifas.

A energia não renovada da Cesp, Cemig e Copel, somou cerca de 9.700 MW de potência (cerca de 5.460 MW médios). Esta energia que deveria ter ido 100% para as 64 distribuidoras. Como não foi, a maioria das distribuidoras estão com menos energia contratadas daquilo que vendem e obrigaram-se a comprar no chamado “mercado livre”, através do chamado “Mercado de Curto Prazo”, onde as tarifas chegam a R$ 822,83/MWh.

Esta energia das empresas governadas pelo PSDB está sendo vendida para as distribuidoras a um preço que chega a 25 vezes maior que o preço que as usinas da Eletrobrás vendem. Enquanto as federais vendem a R$ 33/MWh, muitas usinas tucanas estão vendendo a R$ 822/MWh no chamado Mercado de Curto Prazo. Este preço altíssimo que vem sendo cobrado pela “CEMIG Geração”, “COPEL Geração”, entre outras, é que está causando os grandes aumentos nas contas de luz da “COPEL Distribuidora”, Cemig Distribuidora, etc. Para esconder esta traquinagem, eles jogam que os grandes aumentos estão sendo causados pela seca e pelo acionamento das usinas térmicas.

COPEL causa custo de R$ R$ 1,75 bi aos consumidores

Vejamos um exemplo: Conforme os dados publicados pela ANEEL, a COPEL Distribuidora para completar a falta de energia comprou no Mercado Livre 650 MW médios em janeiro e gastou R$ 188 milhões, em fevereiro gastou mais R$ 447 milhões e em março outros R$ 322 milhões, ou seja, em 3 meses R$ 957 milhões. Um custo a mais que causa grandes aumentos nas contas de luz no momento dos reajustes.

Outra questão, que precisa ser melhor investigada, é que a COPEL Distribuidora comprou nos primeiros 3 meses de 2014 cerca de 650 MW médios no Mercado Livre, no entanto quando no último dia 30 de abril foi realizado o leilão de energia “A Zero” ela declarou ao governo que precisava apenas 390 MW médios.

O leilão “A Zero” foi realizado pelo Governo Federal para tentar cobrir o déficit de energia que as distribuidoras possuem em função da “não renovação das concessões” das hidrelétricas controladas por estas empresas.

O contrato tem vigência de 1 º de maio de 2014 até 31 de dezembro de 2019 (ou seja, 2070 dias de contrato). Foram contratados 2.046 MW médios, onde 72% são de origem hidroelétrica ao custo de R$ 270/MW e 28% Termoelétrica a R$ 262/MW. A COPEL Distribuidora ficou com 19 % de toda a energia contratada nesse leilão (390 MW médios).

Lucro

A Copel registrou lucro líquido de R$1,072 bilhão em 2013, um valor 53% maior que os R$ 700,68 milhões em 2012. Neste ano a Copel já registrou um lucro líquido de 583 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 46,2% em comparação com o mesmo período de 2013, segundo a própria companhia. Mesmo diante de tanto lucro pede 32% de aumento nas contas de luz.



Confira o vídeo realizado pelo setor de comunicação do MAB:
https://www.youtube.com/watch?v=1cnMYlSMX7Q

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