quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Estudantes mortos no México foram entregues pela polícia ao narcotráfico, prefeito e governador envolvidos no caso!

A barbárie tem desde segunda-feira um novo santuário no México. Uma vala clandestina nos arredores de Iguala, no coração do Estado de Guerrero. Ali foram assassinados pelo menos 17 dos 43 estudantes de magistério desaparecidos na noite da sexta-feira, 26 de setembro, depois de serem detidos pela polícia municipal. O massacre foi cometido pelos pistoleiros a quem os policiais locais entregaram os estudantes. A confissão dos dois assassinos, divulgada ontem à noite pela Procuradoria, abalou o país como um relâmpago e trouxe à tona uma verdade tenebrosa: o poder quase ilimitado e maligno que o crime organizado exerce em algumas áreas.
Os companheiros das vítimas, os chamados normalistas, se mobilizaram diante do massacre e anunciaram que vão empreender “ações radicais”. A possibilidade de uma escalada de violência diante da aparição de mais corpos ganha força à medida que as horas passam. As autoridades sabem que até agora apenas uma peça do quebra-cabeça veio à tona, mas que o horror ainda não é conhecido por inteiro: o relato dos detidos nem esclarece o paradeiro do resto dos estudantes nem explica por que, no lugar das execuções, havia 28 cadáveres calcinados, e não 17.
Os corpos foram empilhados numa pira. Os pistoleiros atearam o fogo bárbaro com galhos, troncos e gasóleo. Algumas vítimas podem ter sido mutiladas antes.
O prefeito de Iguala, José Luis Abarca, suspeito de ter vínculos com a quadrilha dos irmãos Beltrán Leyva, fugiu da cidade e permanece foragido. Um depoimento também o acusa de termatado um líder camponês de Guerrero.  
Além disso, foram expostos nas últimas semanas os vínculos entre a polícia municipal de Iguala e o grupo criminoso conhecido como Guerreiros Unidos. Na segunda-feira (06/10), esse grupo divulgou uma nota pedindo a libertação dos 22 policiais presos, acusados pelo desaparecimento e o assassinato dos estudantes.

“Governo federal, estatal e a todos que nos apoiam: exigimos que liberem os 22 policiais que estão detidos. Damos 24 horas para que os soltem ou esperem as consequências. Começaremos a divulgar os nomes dos funcionários do governo que nos apoiaram. A guerra já começou”, era o conteúdo da nota. 
Fontes EL PAIS e UOL

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