O TRABALHO
Carta da Corrente O TRABALHO do PT • 16 de outubro
de 2014 • www.otrabalho.org.br
Entrega
do resultado do Plebiscito da Constituinte:
"SINTO A FORÇA DE UMA
TRANSFORMAÇÃO" (Dilma)
10 dias
decisivos até o 2o. turno!
A entrega do resultado em Brasília foi o segundo êxito
do Plebiscito Popular. No dia 13, a presidente Dilma, candidata a reeleição,
recebeu o resultado numa urna simbólica dos quase 8 milhões de votos, em um
animado ato: ao seu lado, uma delegação dos organizadores - a CUT, o MST, a Consulta
Popular, a CMP e outras organizações, incluindo a Corrente O Trabalho e outros
setores do PT - e no plenário mais de mil militantes vindos dos Estados, na
maioria jovens.
Desta vez, a imprensa não pode ignorar: o Plebiscito
repercutiu, além dos jornais, pela primeira vez na TV Globo. Dilma disse:
"'É comovente ver
essa mobilização. Essa unidade só se viu em grandes momentos, nos movimentos
que transformaram o Brasil, como foi o caso das Diretas Já. Sinto a força e o
cheiro de uma transformação. Pessoalmente considero que a Constituinte
institucionalmente constituída é uma boa proposta. Nenhuma instância (de poder)
se autorreforma sem a mobilização social. Não são aqueles que estão no
exercício do mandato que irão fazer a reforma'. E concluiu, então, 'não
acredito que a gente consiga aprovar as propostas mais importantes, como o fim
do financiamento empresarial de campanha, sem que isso seja votado num
plebiscito. Não basta convocar a Assembléia Constituinte, tem de votar em
plebiscito, senão não tem força suficiente', propôs" (Agencia Estado, 13/10).
No dia 14, o deputado federal Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara dos Deputados,
também recebeu os resultados da delegação, acompanhada de parlamentares do PT,
PSB e PSOL, e se comprometeu a chamar "uma reunião do Colégio da Líderes dos
partidos com os movimentos sociais, até dezembro, para debater o projeto de
Decreto Legislativo". O projeto de Plebiscito oficial da Constituinte
tem 168 das 172 assinaturas de deputados
necessários à tramitação.
Por fim, o ministro Lewandowski, presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), designou o secretário-geral da corte para também
receber o resultado.
MAIS UM PASSO
Reproduzimos extensamente a presidente Dilma,
pois desde o dia seguinte versões editadas em jornais, sites e textos de
dirigentes do PT, esqueciam o principal, a saber: "Dilma elogia proposta popular de
constituinte" (titulou a
Agencia Estado na noite do dia 13).
Ao reintegrar o debate da convocação da
Constituinte Soberana e Exclusiva da reforma política através de um Plebiscito
institucional, acrescentando outras condições (ela citou o financiamento
exclusivo, a paridade de gênero e o financiamento público), Dilma deu um passo.
Ainda não assumiu com tudo a batalha, mas deu um passo, e abriu espaço para o
Plebiscito no programa de TV, hoje.
Gilberto Carvalho, secretário-geral da
Presidência, compareceu dia 15 à 5a. Plenária Nacional do Plebiscito (paralela
às entregas).
Ele se congratulou com a iniciativa,
ressalvou que "a Constituinte deve
ser sob novos critérios, prá não ter os mesmos interesses e repetir o
sofrimento do povo", e concluiu: "Nesse
momento não pode ter vacilo. Dilma não avançará num segundo mandato, se não
houver reforma política. Por isso não podemos apenas pedir voto, mas também
debater a proposta. E convencer os nossos partidos a se ligarem aos movimentos
sociais".
Efetivamente, é a combinação da
disposição da presidente reeleita, em especial junto à sua base parlamentar,
com o engajamento das organizações populares, sindicais e democráticas, e o
lugar do PT nesta luta, que pode ajudar a ampliar e avançar ainda mais na
difícil conquista da Constituinte que queremos.
De fato,
"não pode ter vacilo", os próximos 10 dias são decisivos para avançar
pela derrota de Aécio. E tem gente que não enxerga ou hesita (v. box).
"O POVO JÁ DECIDIU,
CONSTITUINTE PARA MUDAR O BRASIL!"
A Corrente O Trabalho que levanta a luta
pela Constituinte Soberana desde antes, e integra desde o primeiro momento a
campanha do Plebiscito da Constituinte Exclusiva, junto com os companheiros do
Diálogo e Ação Petista (DAP), e outras organizações, considera a importância do
fato histórico do próprio Plebiscito com o que desenhou em Brasília.
As condições se reúnem, falta muito mas
avançamos, para conquistar uma reforma política que reverta a degeneração das
instituições, que inclusive arrasta e ameaça o próprio PT- como acabamos de ver no golpe sofrido no 1o turno.
É urgente a reforma política que
estabeleça a proporcionalidade da representação (1 eleitor = 1 voto) e o voto em lista, que acabe com o
senado oligárquico antidemocrático e o financiamento empresarial.
E se Temer e outros candidatos do PMDB no
2o turno não querem, o povo quer: "o
povo decidiu, Constituinte para mudar o Brasil!", gritavam os delegados
do Plebiscito aos três poderes em Brasília!
Essa será a "mãe de todas as
reformas", capaz de destravar as demandas travadas no Congresso que piorou
nesta eleição, demandas como a desmilitarização das polícias, a reestatização,
a reforma agrária, as 40 hs e o fim do superávit primário para destinar as
verbas para o transporte a saúde e a educação.
RESPONSABILIDADE!
A 5a Plenária Nacional do Plebiscito foi ofuscada, nas
conclusões, pelo sectarismo. Não bastaram apelos, frente a decisão da Consulta
Popular/MST e algumas ONGs, bloquear uma resolução afirmando o "melhor
cenário para o prosseguimento de nossa luta é a reeleição de Dilma", combatendo a abstenção e chamando
voto em Dilma.
Na Operativa Nacional na véspera, houve um acordo tranquilo, mas fomos surpreendidos
por uma bateria de intervenções.
Em público, diziam: "até voto Dilma", mas isso
"impede ampliar" (com quem, com aecistas pela Constituinte?).
Em privado, o argumento era a CNBB (que é contra a
Constituinte, antes de dividir-se sobre candidaturas). Mais honesto foi um
orador dizer: "pra ampliar tem que tirar o PT".
Um dirigente proclamou que a "luta pela Constituinte
continuará, tanto em condições mais, como menos favoráveis". É certo. Mas
podemos lutar por um "cenário melhor", ou reservar um voto
envergonhado e não esclarecer o povo!
De conjunto, esse sectarismo obtuso retoma o pior das
manifestações de junho de 2013 - o antipartidismo - que não deve interessar a
ninguém.
Como as Plenárias deliberam por acordo, a solução foi
separar da Declaração final, um Comunicado, de uma Carta de entidades
presentes. Como se houvesse acordo em todo o resto, menos nisso. Lamentável.
Entende-se, para a Consulta, onde líderes, até há pouco
diziam que "no nordeste, o MST votará em Eduardo Campos". A evolução
para o voto Dilma é recente, ou mal-assimilada.
Mas a luta continua. Esperamos que não prejudique a unidade
tão necessária.
NOS PRÓXIMOS 10 DIAS, DILMA PELA
CONSTITUINTE!
Consciente do que está em jogo, a
Corrente O Trabalho se soma aos companheiros do DAP para convidar os petistas, os
trabalhadores e jovens, a se integrar à
campanha do 2o turno levantando ainda mais alto a bandeira da vitória do povo
trabalhador, o voto "Dilma pela Constituinte da reforma política".
Com adesivos, faixas e panfletos, vamos
disputar cada eleitor - nenhuma abstenção, nenhum voto nulo ou branco! - ,
nenhum trabalhador pode ser indiferente.
Só os mais míopes, dentre os vários
grupos esquerdistas, não enxergam o que está em jogo!
Saudamos a todos que, tendo votado como
votaram, se somam agora no 2o turno para derrotar a reação!
Nenhum trabalhador pode votar contra seus
próprios interesses, ainda mais quando Aécio é o candidato do imperialismo, dos
bancos e do agro-negócio, cujo programa questiona o salário mínimo, amplia as terceirizações,
avança novas privatizações e eleva o superávit fiscal.
Essa batalha pode ser ganha!
JUNTE-SE A NÒS!
Companheiro e companheira,
Há 76 anos, Leon Trótsky, dirigente da
revolução russa ao lado de Lênin, fundou a 4a Internacional, oferecendo uma
"bandeira sem manchas" à classe trabalhadora.
Hoje, com todas vitórias e derrotas em
quase um século, a seção brasileira da 4a Internacional, a Corrente O Trabalho
do PT, ousa dirigir-se a você para juntarmos forças.
Juntos, nós podemos ajudar eficazmente o
povo a superar os obstáculos e hesitações, abrir um caminho e avançar no Brasil
com repercussão em todo o continente.
Companheiro e companheira,
Você que acompanha nossa luta, compareça
às reuniões preparatórias do Encontro Nacional
do Diálogo e Ação Petista (Brasília, 29 e 30 de novembro), para junto
com os demais companheiros, discutirmos as eleições e a continuidade da luta
pela Constituinte.
Você que se interessa, integre-se à
Corrente O Trabalho do PT!
A hora é agora! Lute conosco!
Não ao retrocesso! Dilma pela Constituinte!
São Paulo, 16 de outubro de 2015
16.10.14, Comissão Executiva de O
Trabalho
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