A semana não começa bem e o que temos não nos parece nada bom. Esse anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo prepara cortes de gastos e redução de subsídios como parte dos ajustes na política econômica para 2º mandato da presidenta Dilma Rousseff decididamente não prenuncia boa coisa.
“Precisamos
realizar consolidação fiscal, sem estímulos fiscais para a economia”, disse o
ministro. “Temos de caminhar para uma alta gradual do (superávit) primário ante
2014.” De acordo com o ministro, o resultado primário (a economia do governo
para pagar os juros da dívida pública) deverá fechar 2015 em 2% a 2 5% do PIB.
Ainda
sem dar detalhes, ele adiantou que, no próximo ano, o governo vai reduzir os
subsídios financeiros nos empréstimos do BNDES. Poderá promover, também,
reduções nos pagamentos de auxílio-doença, que hoje chegam a R$ 70 bi por ano,
e na pensão por morte, que chega a R$ 90 bi. Sobre o fator previdenciário, ele
disse que não está sendo discutido no Orçamento.
O fim
dos subsídios – política anticíclica – deve ocorrer por dois motivos, de acordo
com o ministro: o 1º é que o nível de atividade mundial vai se recuperar e isso
vai ser positivo para a expansão do país; o 2º – o que implica, também, num
reconhecimento feito pelo ministro – é que as contas públicas precisam de
ajustes, focados na redução de despesas.
Isso
dá recessão
Corte
gastos com aumento de juros – como o decretado pelo Comitê de Política
Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) recentemente – é receita certa para
recessão e crise social. Tampouco é boa a perspectiva de que a presidenta Dilma
vete alguns itens do projeto de renegociação da dívida de Estados e municípios
com a União, aprovado semana passada.
Vetar o
que foi aprovado pelo Congresso Nacional nessa negociação da dívida pode ser um
tiro no pé dado as tradicionais relações ruins, em muitos momentos, do governo
com o Legislativo e os partidos da base. Há receio de que o governo vete,
principalmente, o item do projeto que possibilita retroatividade na
renegociação das dívidas.
Toda
essa dívida não passa de papel sem nenhum valor e devia ser renegociada nas
melhores condições possíveis, no limite para permitir aos Estados e
municípios investir na infra estrutura e nas cidades – na educação, na
juventude, na mobilidade urbana e na logística viária, no saneamento, em
cultura e lazer. E cuidar, também, das exportações e da redução das
importações…
Tudo
para investir ainda mais para o país crescer, arrecadar mais e melhorar as
contas públicas. Para tanto, essa melhora implica redução drástica e já dos
juros, liberando quase R$ 100 bi dos R$ 200 bi hoje destinados a pagar os juros
altíssimos – únicos em todo mundo – que pagamos pelo serviço de nossa dívida
interna. Aí, sim, dá para se discutir um aumento do superávit e equilíbrio
progressivo das contas públicas e externas do país.
http://www.viomundo.com.br/politica/ze-dirceu-corte-de-gastos-com-aumento-de-juros-e-recessao-e-crise-social.html
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